No início seguimos à risca os conselhos dos médicos, pois tinham nos dito que, através do que viam nos exames, o José não era capaz de mamar e respirar ao mesmo tempo, portanto a sonda teria um carácter definitivo ( mais tarde talvez um botão gástrico ).
Sem queremos ser pretensiosos, os olhos dos pais também vêem, por vezes mais que a realidade, é certo, também porque são olhos de pais, mas com ponderação os nossos viam um bebé que não se babava, engolia a saliva, não se entalava e controlava bem a saída da expectoração.
Assim, muito a medo, começamos a dar pelo biberão 5ml de leite, depois 10ml, a seguir 20ml. Tudo corria bem e notava-se a satisfação nos seus olhitos. No dia 07 de abril, quinta-feira, tínhamos consulta com o pediatra e, claro que falamos no assunto. Aconselhou a experimentar pouco a pouco, como estávamos a fazer, mas com muito cuidado.
Não entendam como falta de respeito ou de cuidado, mas no sábado, vendo tudo a correr tão bem...pimba... um biberão de 80ml. Foi a primeira vez que vimos o José com ar de totalmente satisfeito. Acabou de mamar, adormeceu tranquilo, num soninho grande, quase toda a tarde!!
Dia 11/04 : Munidos de biberão, fomos ao centro de saúde e o primeiro bom dia da enfª Amélia foi: "Já sei o que vos traz aqui, é para tirar a sonda ao pequenino, não é? Eu já vi o biberão!"
Este nosso acto viria a trazer outros benefícios para ele: ajuda mais tarde na fala e a curto prazo a comer as papas e as sopas.
Fazendo lembrar a frase do primeiro homem na lua: Foi um pequeno passo para nós, mas um grande passo na qualidade de vida do José!!!
És o meu maior orgulho .
ResponderEliminarÉ difícil "aceitar" este problema , mas para quê pensar o "porquê" de nos ter acontecido a nós ?
Não vai adiantar de nada, muito pelo contrário, só irá trazer-nos mais dor .
Temos de erguer a cabeça e lutar com as nossas forças para o ajudar a superar as dificuldades .
Não podemos dizer " àh, não consegue, para que serve estarmos aqui a insistir". E cruzar os braços, adianta?
É preferivel deixa-los piorar, quando nós os podemos ajudar a superar as suas dificuldades.
Nestes 14 meses aprendi mais do que em 15 anos , quando estas crianças especiais nascem, a nossa vida muda de uma forma inexplicável. Pode-se ate mesmo dizer “a minha vida acabou", mas estamos errados , só agora é que a nossa vida " começou " Vamos começar a ver os problemas que temos á nossa volta e aprendermos coisas que nunca na vida tinhamos pensado em aprender com os "nossos meninos especiais" .
Porquê ter vergonha de meninos especiais ?.
São tão meigos, apenas necessitam de atenção e muita ajuda , para que possam ter o que querem.
Eu vou apresentar o meu irmão a toda a gente, nunca vou ter vergonha dele .
Vou sempre dizer: com este menino aprendi que a vida tem um significado enorme e que aprendi verdadeiramente a lutar por uma coisa que é essencial e demasiado importantíssima na minha vida .
José Carlos eu tenho o maior amor por ti, és sem duvida o meu viver .
Amo-te com todas as minhas forças
Tânia